quinta-feira, maio 26, 2005

 

OS GAITEIROS DE LISBOA



Os Gaiteiros de Lisboa formaram-se em 1991, sendo actualmente compostos por Carlos Guerreiro, José Manuel David, José Salgueiro, Paulo Charneca, Paulo Marinho, Pedro Casaes e Rui Vaz, músicos que têm feito o seu percurso em torno da música popular / tradicional, com participações em projectos musicais de outros grupos e autores consagrados no âmbito da Música Tradicional, do Rock, do Jazz, da Música Clássica e da Música Antiga, tais como José Afonso, Sérgio Godinho, Vitorino, Amélia Muge, Carlos Barreto, Rui Veloso, Sétima Legião ou Adufe.O som dos Gaiteiros de Lisboa, para além de respeitar a tradição popular, tem uma atitude experimentalista permanente, “tudo o que tenha um som invulgar nos interessa. Esse desafio acústico é o único purismo a que nos mantemos fiéis”, afirma Carlos Guerreiro. A marca distintiva dos Gaiteiros é a constante busca de novas sonoridades, a inovação e a criatividade aplicada na construção de instrumentos concebidos pelo próprio grupo, como são os Aerofones, os Cordofones, os Idiofones, os Membrafones, os Tubarões, o Tambor de Corda, os Túbaros de Orpheu, a Serafina, o Orgaz, o Clarinete Acabaçado ou o Cabeçadecompressorofone.Assumindo-se como urbanos, a sua música não é uma cópia, mas uma recriação da recolha de voz e instrumentos que realizaram pelo país, “verificando que quanto mais aprofundamos o nosso conhecimento das melodias e dos ritmos tradicionais, mais modernas e originais elas nos soam”, contam. Da sua discografia fazem parte os álbuns “Invasões Bárbaras”, editado pelo Farol da Música, em 1995, “Bocas do Inferno”, Farol da Música, em 1997, “Novas do Trago”, da Comissão Nacional para os Descobrimentos Portugueses, 1998, “Dança Chamas”, Farol da Música, em 2000, e o mais recente “Macaréu”.Sobre a sua designação de Gaiteiros de Lisboa, o grupo explica que “talvez porque em Lisboa não há gaiteiros (...) Gaiteiros, porque em bom português, gaita, tem um bom punhado de significados diferentes (...) As nossas” gaitas “são tudo aquilo em que pegamos à procura do SOM, reinventando sanfonas, buscando harmonias até aqui desconhecidas nas nossas gargantas, retesando peles, procurando percutir o que outros pisam, desafinando gaitas de foles, mas afinando tubos de electricidade”.A título de curiosidade, a primeira apresentação ao vivo dos Gaiteiros de Lisboa, aconteceu ao lado de José Mário Branco, em 21 de Março de 1994, no Centro Cultural de Belém, desvendando, as intenções “bárbaras”, que definem como “música em estado puro, a conjugação dos instrumentos; agarrar em dois bocadinhos de cana e um canivete e fazer um instrumento, colocar vozes por cima, tocar e fazer harmonias; recolha, transformação dos materiais, daquilo que seria o som dos bárbaros que invadiram a península depois da queda do Império Romano...”.

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