segunda-feira, maio 23, 2005

 

A QUE DEPOIS DE MORTA FOI RAINHA


Ela inspirou alguns dos mais belos momentos de Os Lusíadas, no qual Luís de Camões, em dezenas de estrofes, cantou a donzela "que despois de ser morta foi rainha". Pois foi a triste história da dama espanhola Inês de Castro que deu origem à expressão "agora é tarde, Inês é morta", para designar a inutilidade de ações tomadas depois do momento apropriado.D. Pedro, príncipe herdeiro do rei português Afonso IV, casou-se, por questões de conveniência política, com d. Constança, fidalga de Castela. Esta levou consigo, como dama de honra, uma bela espahola, Inês, por quem d. Pedro terminou por se apaixonar. Perdidamente, como diriam os autores românticos. Com a morte da esposa legítima, em 1345, o herdeiro do reino tornou-se amante de Inês, com quem teve quatro filhos.Influenciado pelos cortesãos mais íntimos, que recriminavam a união espúria, Afonso IV condenou Inês à morte, em 1355, durante uma ausência do príncipe herdeiro. A decapitação da amada, em Coimbra, provocou a fúria de d. Pedro, que, à frente de leais seguidores, iniciou grande devastação no país. Só se reconciliou com o pai, Afonso IV, depois de muitas súplicas da mãe.Dois anos mais tarde, porém, chegou o momento da doce vingança: com a morte do pai, o herdeiro assumiu o trono e mandou executar, com extrema crueldade, os conselheiros do rei a quem sucedeu. A seguir, promoveu a reabilitação da bela Inês. O cadáver da paixão da sua vida foi levado, com muita pompa e ostentação, de Coimbra para Alcobaça, onde Inês, depois de morta, recebeu o título de rainha. No mosteiro dessa cidade repousam hoje não apenas os restos mortais de Inês, mas também os de d. Pedro I, que se tornara o oitavo rei de Portugal.
Posted by Hello

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