quarta-feira, junho 08, 2005

 

ANTÓNIO ALEIXO


Sou humilde, sou modesto
Mas, entre gente ilustrada
Talvez me digam que eu presto
Porque não presto p’ra nada.

Eu não tenho vistas largas
Nem grande sabedoria
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.

Tu não tens valor nenhum
Andas debaixo dos pés
Até que apareça algum
Doutor que diga quem és

À guerra não ligues meia
Porque alguns grandes da terra
Vendo a guerra em terra alheia
Não querem que acabe a guerra

Depois de tanta desordem
Depois de tam dura prova
Deve vir a nova ordem
Se vier a ordem nova

Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer

Vemos gente bem vestida
No aspecto desassombrada
São tudo ilusões da vida
Tudo é miséria dourada

Os novos que se envaidecem
P’lo muito que querem ser
São frutos bons que apodrecem
Mal começam a nascer

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