quinta-feira, junho 09, 2005

 

COLE PORTER


Cole Porter nasceu em Peru, Indiana, no dia 9 de Junho de 1891. Filho de Samuel Fenwick Porter e Kate Cole, Porter desde cedo foi habituado a viver com um nível de vida superior à média e a ser bastante eclético naquilo que gosta.
O seu pai era farmacêutico mas a sua mãe era filha de um dos homens mais ricos do Indiana (devido a negócios do carvão e madeira), James Omer Cole, que contribuía para que a família Porter tivesse um nível de vida elevado
Aos seis anos, Cole começou a ter aulas de piano e de violino, tendo abandonado os estudos do último por preferir o primeiro. Aos dez anos, Cole compôs a sua primeira música – “Song Of The Birds”- um tema cuja letra tinha sido feita pela sua mãe.
Kate Cole sempre apoiou bastante o interesse do filho pela música, tendo mesmo financiado os seus precoces projectos musicais. Antes de entrar em Yale, em 1913, Cole Porter estudou na Academia de Massachusetts.
Foi porém em Yale que a sua carreira de compositor ganhou forma. Aí escreveu vários trabalhos e mais de 300 músicas para várias fraternidades e organizações estudantis.
Duas da mais famosas musicas de futebol americano ("Bingo Eh Yale" e "Bull Dog") são da sua autoria, sendo ainda hoje muito utilizadas pela Universidade. Após terminar Yale, Cole foi para Harvard (especialmente para agradar ao seu pai). Como seria de esperar, a paixão de Cole não estava ali e rapidamente ele abandonou os estudos e seguiu para Nova Iorque - onde rapidamente se conseguiu integrar na sociedade de Manhattan.
Em 1916 ele produz o seu primeiro show na Brodway, “See America First”. Descrito como uma “patriótica peça cómica”, “See América First” foi um fiasco (apenas 15 espectáculos).
Triste com os resultados e pronto para novas aventuras, Cole Porter decide ir para Paris em 1917 - no auge da 1ª Guerra Mundial. Aí, ele alista-se na Legião Estrangeira e a sua participação na guerra é empolgada pela imprensa americana.
Há quem diga que ele andava com um piano atrás, durante a guerra, como forma de entreter os colegas. Verdade ou não, o certo é que ele ganhou uma condecoração por parte do governo francês por manter o espírito e a moral das tropas em “alta”.
Quando os americanos entram na guerra ele é transferido para Fontainbleau, onde ensina os soldados americanos a combater com armamento francês. Após o fim da guerra, ainda em 1918, Cole escreve vários temas para “Hitchy Koo Of 1919”, estando entre elas "An Old Fashioned Garden” – o seu primeiro trabalho com algum reconhecimento.
É aqui que conhece Linda Lee Thomas (na altura divorciada), uma figura importante da sociedade. Os dois tornam-se bastante amigos e a 19 de Dezembro de 1919 assumem o matrimónio.
Considerada por muitos como a sua musa inspiradora, Linda contribuiu para o definitivo arrancar da carreira de Cole Porter. Durante os anos 20, o casal vive em França - junto da “última” geração de escritores, artistas e intelectuais.
Na altura, eles eram conhecidos pelo seu estilo de vida festivo e repleto de glamour.
Numa ocasião, em Paris, contrataram a companhia de Ballet de Monte Carlo para entreter os amigos. Em 1923, os Porter alugaram um Palácio em Veneza onde, o grande poeta inglês, Robert Browning tinha falecido. Aí organizaram uma festa para mais de 100 convidados.
Mais de 50 gondoleiros, um chef francês e uma banda de jazz. Foi ainda em 1923 que Cole Porter escreveu a banda sonora de "Within The Quota”, um ambicioso bailado Jazz executado pela companhia de Ballet Suedois. Os estudos que executou entretanto na “Schola Cantorum” em Paris, refinaram ainda mais o seu talento. Foram precisos seis anos para que Porter regressasse à Brodway. Isso aconteceu com “The Greenwich Village Follies of 1924”, um trabalho ainda com pouco sucesso.
Foi então, em 1928, que chegou um dos seus maiores trabalhos. "Let's Do It, Let's Fall In Love", que fazia parte do musical “Paris”, tornou-se um tremendo êxito e finalmente destacou Cole Porter como um dos mais importantes compositores vivos. Em 1929 ele trabalhou a banda-sonora de "Fifty Million Frenchmen”, outro estrondoso êxito que continha temas como "You Do Something To Me" e "You've Cot That Thing" Nos anos 30 a carreira de Porter vai de “vento em popa”. O seu estilo refinado coloca Porter ao nível de nomes como Irvinng Berlin, George Gershwin e Jerome Ken. Vários foram os sucessos de Porter neste período, destacando-se “New Yorkers”, “Gay Divorce”, “Anything Goes”, “Jubilee”, “Red Hot And Blue” e “Dubarry Was A Lady”, “Born To Dance” e “Rosalie”.
Em 1937 Porter sofre um acidente enquanto cavalgava, fracturando ambas as pernas. Os médicos sugeriram que as pernas fossem amputadas mas Linda era contrária a essa opção e eles colocaram de lado a hipótese. Para o resto da vida, e apesar de cerca 30 operações, Porter iria sofrer dores intermináveis nas pernas. O seu remédio foi trabalhar, cada vez em mais composições musicais e sempre apoiado por Linda. No início dos anos 40, Porter conseguiu mais alguns sucessos, especialmente com “Panama Hatti”, “Let's Face It” e “Something For The Boys”. A sua carreira treme um pouco logo depois mas, em 1948, Porter tem um enorme sucesso com “Kiss Me, Kate”, um musical que teve mais de mil apresentações e que, a par de “Anything Goes”, se transformou num dos seus trabalhos mais populares. “Kiss Me, Kate” viria a ganhar o Tony de Melhor Musical - um prémio semelhante ao Oscar, mas no mundo do Teatro. Nos anos 50 a carreira de Porter seguiu com mais alguns sucessos. “Can-Can” em 1953 foi o mais relevante.
A 20 de Maio de 1954 morre Linda Porter, vítima de enfisema.
Devastado pela morte da mulher, e sem o seu apoio, a perna direita de Porter é amputada em 1958. Há quem diga que Porter morreu aqui, pelo menos espiritualmente. Desde então ele nunca mais escreveu uma música e viria a falecer em 1964, deixando para trás uma legião de fãs que ainda hoje escutam os seus temas com uma nostalgia perturbante.
Posted by Hello

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