sábado, julho 16, 2005

 

ROALD AMUNDSEN


Foi uma das coincidências da história o facto de os dois gigantes noruegueses das explorações polares, Fridtjof Nansen e Roald Amundsen, serem contemporâneos.
Amundsen nasceu em 16 de Julho de 1872, onze anos depois de Nansen, perto da cidade de Sarpsborg, no sudeste da Noruega.
Abandonando uma carreira planeada em Medicina, decidiu em vez disso dedicar a sua vida à investigação polar como marinheiro qualificado, Amundsen trabalhou a bordo de um navio mercante no Árctico, antes de ser contratado como piloto de 1ª classe no «Bélgica», o navio que, entre 1897 e 1899, foi o primeiro a passar o Inverno no Antárctico.
A experiência que adquiriu nestas viagens proporcionou a Amundsen a confiança de que necessitava para lidar com um desafio que havia resistido a todos os navegadores desde há 300 anos: a Passagem do Noroeste.
Há muito que os exploradores sabiam da existência deste corredor que ligava a Europa à Ásia, ao norte do continente norte-americano, mas nenhum barco conseguira navegar em todo o seu comprimento.
Amundsen comprou um navio robusto de 45 toneladas, o «Gjøa», equipado com velas e um motor de 13 cv.
No Verão de 1903, o «Gjøa» abriu caminho pelo Fiorde Oslo e, com uma tribulação de cinco homens, preparou-se para atravessar as águas cheias de gelo da Passagem do Noroeste.
A expedição foi bem sucedida e, em Agosto de 1906, o «Gjøa» atravessou os derradeiros trechos do corredor.
Durante o caminho, os homens compilaram também uma abundância de dados científicos, sendo os mais importantes sobre o magnetismo terrestre e a observarvações quanto à localização do Pólo Norte Magnético.
Além disso, compilaram material etnográfico relativo à população esquimó ao longo da Passagem do Noroeste.
Encorajado por este sucesso inicial, Amundsen virou a sua atenção para o Pólo Norte.
Tinha o plano de deixar que o seu navio congelasse no gelo do norte do Estreito de Bering Strait, mas era-lhe difícil obter apoio financeiro.
Em Setembro de 1909 chegaram notícias de que os americanos Robert Peary e Frederick Cook tinham alcançado o Pólo.
Amundsen resolveu então adiar a sua expedição ao Pólo Norte e tentar entretanto chegar ao Pólo Sul antes de Robert Falcon Scott, que se encontrava já a caminho do Antárctico como chefe de uma grande expedição.
Em Agosto, Amundsen navegou para sul no navio «Fram», que Nansen pusera à sua disposição. Na altura, para atravessar o Estreito de Bering Strait, os barcos tinham de dar a volta ao Cabo Horn.
Assim, ninguém suspeitou que tivesse havido uma mudança de planos quando o «Fram» se dirigiu a sul.
Quando o navio parou na ilha da Madeira, Amundsen informou os membros da expedição de que iam para sul e não para norte.
Um telegrama foi enviado a Scott com a notícia de que a expedição norueguesa se dirigia ao Antárctico.
A dramática corrida continua a cativar o público de hoje.
Amundsen estabeleceu o seu acampamento base na Baía das Baleias.
Este local ficava mais perto do Pólo Sul do que o ponto de partida de Scott, no Estreito de McMurdo.
No entanto, o terreno entre a Baía das Baleias e o Pólo Sul era desconhecido, ao passo que Scott iria seguir uma rota implantada pelo seu compatriota Shackleton em 1908.
A 19 de Outubro 1911, Amundsen deixou o acampamento base com os seus quatro companheiros, quatro trenós e 52 cães.
A missão de Amundsen tinha apenas um objectivo: chegar ao Pólo Sul, depressa.
Dois meses mais tarde esta tarefa estava cumprida, cinco semanas antes de Scott e os seus homens exaustos chegarem ao Pólo e encontrar a bandeira e tenda de Amundsen.
A 14 de Dezembro 1911, a bandeira norueguesa foi hasteada no Pólo Sul.
A equipa norueguesa tinha atravessado a perigosa Barreira de Ross, para chegar ao sopé de uma alta cadeia montanhosa misturada com glaciares.
Ir mais adiante parecia arriscado.
Porém, graças às suas capacidades e alguma sorte, os homens forçaram caminho pelo Glaciar Heiberg acima, atravessaram a cadeia montanhosa e atingiram o planalto que levava ao Pólo.
Para um explorador do calibre de Amundsen, já não restavam grandes desafios, mas ainda desejava fazer uma coisa: explorar o Oceano Árctico por via aérea.
Levou a cabo uma ousada expedição em dois hidroaviões, o N24 e o N25, em 1925.
Os aviões viram-se obrigados a despenhar-se em terra a 88 graus para norte, mas a equipa conseguiu pôr um a voar outra vez e regressar a Svalbard três semanas depois.
O americano Lincoln Ellsworth tinha financiado e participado na expedição em hidroavião com Amundsen.
No ano seguinte Roald Amundsen, com Ellsworth e o italiano Umberto Nobile, liderou uma expedição no dirigível «Norge» (Noruega) de Svalbard sobre o Pólo Norte até ao Alasca.
Os exploradores passaram sobre território até então desconhecido, preenchendo o último trecho branco ainda não conhecido no mapa do mundo.
A exploração árctica era a vida de Amundsen.
Foi também a sua morte.
Quando Nobile, dois anos depois, se lançou num novo voo árctico a bordo do «Italia» – nave irmã do «Norge» -- a expedição desapareceu.
Amundsen juntou-se a um grupo de buscas e salvamento que partira para a procurar.
Um segundo grupo de buscas e salvamento encontrou o avião e Nobile, vivo.
No entanto, Amundsen e os seus companheiros nunca regressaram.



Posted by Picasa

Comentários: Postar um comentário

« Voltar

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

FREE hit counter and Internet traffic statistics from freestats.com