quarta-feira, agosto 31, 2005

 

CHARLES BAUDELAIRE


O pai morre quando ele tem seis anos, e pouco depois a mãe volta a casar-se com um militar, o comandante Aupick. A ausência do pai e o ressentimento contra a mãe causam em Baudelaire um sentimento de carência afectiva que o persegue durante toda a sua vida. Em 1840, o padrasto, preocupado com a sua vida desbaratada, envia-o de viagem à Índia, aonde nunca chega.
Da ilha de Reunião volta para Paris. Ao chegar à maioridade entra na posse da herança do pai. Durante dois anos entrega-se ao consumo de diversas drogas, une-se à mulata Jeanne Duval, doente com sífilis e alcoolismo, e cai nas mãos dos usurários, com o que se iniciam as preocupações económicas que o atormentam durante toda a sua vida.
Em 1844, a mãe consegue que a justiça lhe retire o usufruto da sua fortuna, que fica nas mãos de um notário.
Na Revolução de 1848 está nas barricadas com os sublevados; no ano seguinte trava amizade com o pintor Courbet. Em 1857 entrega a um editor o manuscrito de As Flores do Mal; a edição é apreendida e segue-se um processo contra o seu autor.
Em 1864, deprimido pela falência do seu editor, debilitado fisicamente e moralmente abatido, muda-se para Bruges. Um ano mais tarde, a sua saúde agrava-se gravemente e dois anos depois morre nos braços da mãe, no dia 31 de Agosto de 1867.
As publicações de Baudelaire não são muitas.

Em 1845 começa a publicar em revistas poemas, críticas de arte e alguns contos. A partir de 1848 começa a aparecer a longa série de traduções de Poe.
Após As Flores do Mal publica apenas poemas. Em 1861 sai Les Paradis Artificiels, ensaio sobre as drogas como estimulantes da imaginação e, pouco depois, em revistas e jornais, os seus primeiros poemas em prosa, que formam o livro póstumo Petits Poèmes en Prose.
A obra de Baudelaire como crítico de pintura é de grande importância, e vem a constituir a versão francesa mais coerente da estética romântica. A sua crítica literária, demasiado afectada pelas suas preferências e aversões, não é de grande relevância.

Não obstante, a importância histórica da obra poética de Baudelaire é enorme. Pode dizer-se que a sua poesia provoca uma mudança radical em toda a poesia ocidental.
Baudelaire é o último grande romântico francês, mas também o iniciador de uma nova sensibilidade baseada na experiência da vida urbana e na observação das ambivalências do mundo emotivo e imaginativo. Por assim dizer, Baudelaire expulsa da poesia a «beleza» no seu sentido clássico greco-latino.
Inicialmente a sua influência observa-se apenas em imitadores de aspectos superficiais (o satanismo, a ficção do rigor formal, etc.).
Para o dizer com palavras de Paul Valéry: «As Flores do Mal não contêm poemas nem lendas nem nada que tenha que ver com uma forma narrativa. Não há nelas nenhum discurso filosófico. A política está ausente por completo. As descrições, escassas, são sempre densas de significado. Mas no livro tudo é fascinação, música, sensualidade abstracta e poderosa.»
Posted by Picasa

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