quinta-feira, agosto 04, 2005

 

LOUIS ARMSTRONG


Armstrong, que morreu em Nova York, no dia 6 de julho de 1971, é um dos poucos músicos americanos do século que podem ser mencionados ao lado de gente como Stravinsky, Picasso e James Joyce".
A afirmação é de Stanley Crouch, autor de vários ensaios e livros sobre jazz. "Faz mais sucesso do que quando estava vivo", cehga a afirmar Gary Giddins, crítico de jazz do jornal nova-iorquino Village Voice.
Armstrong - que dizia ter nascido no dia 4 de julho de 1901, em Nova Orleans, mas segundo sua certidão de nascimento foi em 4 de agosto - "influenciou a todos os músicos de jazz que vieram depois dele", desde Dizzy Gillespie a Miles Davis, passando por Charlie Parker, acrescenta Giddins.
Sua influência também se faz sentir na nova geração de trompetistas, que representam o renascimento do jazz, entre eles Wynton Marsalis, Roy Hargrove, Nicholas Payton e Terence Blanchard, assim com também em ritmos da música country e western e até no rap.
Outros ressaltam principalmente a capacidade de levar felicidade de Armstrong, que era pobre desde criança, passou fome e várias privações. Às vezes, procurava comida no lixo, conta o músico em sua biografia "Sachtmo, minha vida em Nova Orleans".
"Como não amar alguém que torna o mundo um lugar mais feliz para viver, como fez Louis", disse uma vez o cornetista Mugssy Spanier.
A miséria parece não ter deixado marcas em Armstrong, ao contrário da energia da comunidade negra em Nova Orleans, que criava vários ritmos e músicas para acompanhar seus desfiles e festas. Quando descobriu o trompete, num reformatório para meninos negros, onde tinha sido internado, Armstrong depositou nele sua energia e alegria.
Rapidamente, seu som ficou conhecido em toda Nova Orleans: desde os clubes de má fama até as ricas embarcações que navegavam pelo rio Missisippi, onde os brancos nunca tinham visto um negro vestido de smoking.
Depois, em 1922, partiu a Chicago, e ali começou a tomar forma a revolução que mudou para sempre o jazz e a música em geral. Em seguida, foi para Nova York, "a Grande Maçã", onde liberou sua força, liberdade e paixão, expressa nos improvisos. De Paris, conquistou o resto do mudo.
Muitos dizem que nunca vão esquecer o momento em que escutaram Armstrong cantar pela primeira vez. "A primeira vez que escutei Armstrong mundou minha vida", declarou o cineasta Ken Burns, que dirigiu no ano passado um documentário sobre jazz de 20 horas de duração.
Apesar de todos o homenagearem agora e a revista Time tê-lo nomeado "o melhor músico de jazz do século XX", houve um período, principalmente no meado dos anos 50, em que era visto com desdém, segundo Wynton Marsalis, criador do programa de Jazz no Lincoln Center.
Muitos músicos negros jovens criticavam "Satchmo", também apelidado "Pops", porque era demasiado "jovial", porque "sorria demais" e porque "não exigia respeito suficiente dos brancos", lembra Crouch. Inclusive, alguns o classificaram como "Tio Tom", apelido que nos EUA se dá aos negros dóceis com os brancos.
Entretanto, há 40 anos, Armstrong foi o único músico de jazz que criticou o presidente Dwight "Ike" Eisenhower por não ter tomada nenhuma medida quando algumas poucas crianças negras foram hostilizadas ao entrar na escola de Little Rock, em Alabama, lembram Crouch e Giddins.
Neste momento, recusou inclusive atuar como embaixador cultural do seu país. O Rei do Trompete morreu fiel a si mesmo, jovial e cercado pela música, em sua humilde casa em Corona, no Queens, onde as crianças o visitavam todos os dias, chamando-o simplesmente "Pops".
Posted by Picasa

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