sexta-feira, agosto 26, 2005

 

MUNICÍPIO DE MEALHADA


Completam-se hoje dois anos que a Mealhada foi elevada a cidade. O estatuto foi-lhe concedido pelo Governo em 1 de Julho de 2003, mas a publicação em Diário da República só aconteceu a 26 de Agosto. Tal facto, para o comum dos munícipes desta nova urbe, poderia significar mais e melhores benefícios por parte do poder central, porém, tal não é verdade. O novo estatuto só lhe confere esse “título”. O desenvolvimento desta cidade bairradina é, no entanto, notório, e o poder autárquico garante que o crescimento da Mealhada nada tem a ver com o novo estatuto. «É fruto do nosso trabalho, do nosso querer e da vontade em proporcionar melhor qualidade de vida à população», diz Carlos Cabral. Como todas as outras, a Mealhada ainda sofre de algumas (muitas) carências, mas mesmo assim este autarca socialista diz que esta novel cidade tem o que muitas outras maiores em área geográfica não têm. O Diário de Coimbra foi recordar a efeméride com o presidente da Câmara, e este contou-nos as diferenças entre o antes (vila) e depois (cidade).
Diário de Coimbra (DC) – Mealhada vila, Mealhada cidade. Qual a diferença, dois anos depois, destas duas realidades?
Carlos Cabral (CC) – A diferença é substancial. Não pelo facto de a Mealhada ser, agora, cidade. Isso é, apenas, uma classificação honorífica. A diferença está no facto de a Mealhada se ter desenvolvido porque se fizeram obras, porque houve trabalho nestes dois últimos anos e, só por isso, já é diferente.
DC – Se ainda fosse vila, a Mealhada continuaria a ter o mesmo crescimento?
CC – Claro que sim! Não é o facto de ser cidade que leva um executivo camarário a trabalhar mais ou menos. A categoria de cidade tem a ver, sim, com o desenvolvimento que a Mealhada tem tido, mas também pelo facto de merecer ter esse estatuto…
DC – Este estatuto, em si, acelerou o processo de desenvolvimento.
CC – O estatuto de cidade veio, enfim, dar-nos novo alento, encher-nos o peito de ar, para trabalharmos cada vez mais e melhor pelo progresso do concelho e da nova cidade.
DC - Uma cidade tem novas e outras exigências.
CC – Não, as pessoas é que tem maiores exigências e a Câmara pretende ver essas exigências satisfeitas. Por isso fazemos obra e muita já está feita. Por exemplo, no contexto da cidade, temos o cine-teatro Messias totalmente remodelado e colocado ao serviço da população ainda antes da Mealhada ser cidade…
DC – Muita gente diz que vai fazer compras a Aveiro, Coimbra ou Figueira da Foz porque na Mealhada não há o que querem. Por exemplo, vestuário e calçado.
CC – Não acredite nisso! O comum do cidadão pode comprar na Mealhada tudo ou quase tudo aquilo que compra em qualquer cidade.
DC – Quase tudo…
CC – E em Coimbra ou outra cidade, vende-se de tudo? Há coisas na Mealhada que Coimbra não tem. O comércio está bastante evoluído na Mealhada. Pergunto se num aglomerado urbano com cerca de quatro mil habitantes é comum encontrar, neste país, um sítio que tenha as condições de compra de produtos para as necessidades dos cidadãos como existem na Mealhada? Naturalmente que podemos ter melhores estabelecimentos, mas há gente que vive tão bem que não se satisfaz com o que há aqui, em Lisboa ou no Porto, vão a Paris ou a Londres fazer compras.
DC – Compreendemos a ironia, mas…
CC – A Mealhada tem, hoje, aquilo que muitas grandes cidades não têm. Temos um complexo de piscinas…
DC – Hoje em dia todas as cidades têm piscinas.
CC – Com o nível da nossa não têm. E a realidade é esta: temos tido aqui pessoas de fora da Mealhada que vêm para as nossas piscinas; temos um cine--teatro que poucas cidades têm; temos uma excelente biblioteca municipal e temos já pronto o arquivo histórico municipal. Que cidade deste país tem um arquivo histórico municipal? Temos a vários níveis muitos equipamentos que grandes e médias cidades não têm.
DC – O que é que a cidade não tem e devia ter?
CC – Há realmente um conjunto de infra-estruturas nas quais estamos bastantes empenhados em avançar. Refiro-me aos espaços verdes. Aliás, temos já obras adjudicadas e entregues para incrementar a construção de mais espaços verdes não só na Mealhada mas em todo o concelho. Este é um aspecto que estamos a desenvolver.
DC – A Mealhada ainda tem espaço para crescer?
CC – Sob o ponto de vista populacional a Mealhada ainda pode crescer. Por isso estamos a apostar na política de habitação e, consequentemente, na fixação da população. Hoje, a Mealhada já não um dormitório. Há captação de emprego. Estamos a fazer um investimento forte nas zonas industriais, e começámos há uma semana com obras na zona industrial da Pedrulha, junto ao nó na Auto-Estrada, o que é um forte investimento no desenvolvimento da Mealhada.
DC – Que incentivos o município oferece aos investidores para se fixarem na Mealhada?
CC – Aos investidores damos-lhes um benefício extraordinário: oferecemos-lhes lotes de terrenos perfeitamente infra-estruturados, com acessos, água, saneamento, gás, energia eléctrica., ou seja, um conjunto de equipamentos que o vão servir. É neste aspecto que apoiamos os industriais e procuramos que eles [empresários] se fixem na Mealhada. Neste parque industrial podem instalar-se, de imediato, pelo menos, 30 indústrias.
DC – Os empresários procuram a Mealhada para se instalarem?
CC – Sim, de todo o lado. A Mealhada tem muita procura por parte dos industriais e quantos mais aqui se instalarem mais postos de trabalho são criados. Isto é a dinâmica que se arrasta pelo concelho e, neste caso concreto, na cidade.
DC – O que é que a Mealhada pode oferecer aos visitantes além do leitão e do Carnaval?
CC – Tudo! A Mealhada é uma cidade onde se vive com segurança, com qualidade de vida, em óptimas condições. Isto é a melhor coisa que a Mealhada pode oferecer. Mas oferece mais e melhor. Não se esqueça que a Mealhada está no centro do mundo, estamos perto de tudo: Auto-Estrada Lisboa/Porto, ligações à Beira Alta, ao Porto da Figueira, ao Porto de Aveiro, às praias, à serra, temos caminhos-de-ferro que nos ligam à Europa – um dos maiores se não o maior entroncamento ferroviário do país está situado na Pampilhosa, concelho da Mealhada, portanto, oferecemos tudo aos visitantes.
DC – Faltam-lhe unidades hoteleiras para captar mais turismo internacional.
CC – Não é verdade! Temos o único hotel de cinco estrelas da região Centro, que é o Palace Hotel do Buçaco, o Hotel do Luso de quatro estrelas, o Hotel Éden de três estrelas, temos, na Mealhada, o conjunto turístico Três Pinheiros com um hotel e com bastante categoria, temos, ainda, residenciais. Concordo que a Mealhada ainda suporte mais uma unidade hoteleira, mas, a realidade, é que também estamos bem servidos nesse aspecto.
IN D.C.
Posted by Picasa

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