quarta-feira, agosto 31, 2005

 

TRANSPORTES EM LISBOA


Sendo a CARRIS uma empresa de transporte público de passageiros centenária - fundada em 18 de Setembro de 1872 - encontra-se intimamente ligada ao desenvolvimento da cidade de Lisboa tendo, ao longo do tempo, procurado proporcionar à população fixa e flutuante da cidade, uma adequada satisfação das suas necessidades de mobilidade.
A 17 de Novembro de 1873 é inaugurada a primeira linha de "americanos" entre a Estação da linha Férrea Norte e Leste (Stª. Apolónia) e o então extremo Oeste do Aterro da Boa Vista (Santos).
Em 31 de Agosto de 1901 tem início o serviço de Carros Eléctricos.
Os anos que se seguiram ficaram assinalados pela total electrificação da rede então existente, pelo aparecimento de novas carreiras e pelo crescimento da frota com carros inicialmente adquiridos nos Estados Unidos e, a partir de 1924, construídos nas oficinas da Empresa.
Em 1940, com o fim de reforçar o transporte de visitantes para a Exposição do Mundo Português, que se realizou em Belém, a CARRIS adquire os primeiros seis autocarros. Em 9 de Abril de 1944 é oficialmente inaugurado o serviço de autocarros.Nas últimas décadas, mercê das condições de circulação e das dificuldades da sua rentabilização económica e social, verificaram-se grandes transformações na frota de carros eléctricos nomeadamente a gradual diminuição do número de viaturas, bem como das carreiras que serviam. Entretanto, foi-se reforçando, renovando e diversificando a frota de autocarros, adequando-a às exigências da procura e às particularidades dos percursos.

Após as décadas de 50 e 60, em que opções tomadas conduziram a cortes significativos na rede de eléctricos, surgem nos anos seguintes novas perspectivas da sua reabilitação, que passam pela adopção de novas tecnologias (resultando em velocidades comerciais mais elevadas), pelo aumento da capacidade dos veículos e por melhores condições de circulaçäo (criação de "sítios próprios" e sinalização específica.
Em 18 de Setembro de 1872 é fundada no Rio de Janeiro a Companhia Carris de Ferro de Lisboa. Dotou a cidade de Lisboa de uma rede de transportes públicos colectivos utilizando, na época, o chamado sistema americano: carruagens movidas por tracção animal deslocando-se sobre carris.
Em 23 de Janeiro de 1873, o escritor Luciano Cordeiro de Sousa e seu irmão Francisco Cordeiro de Sousa, diplomata, obtêm os direitos para a implantação na cidade de Lisboa, de um sistema de transporte do tipo americano denominado Viação CarrilVicinal e Urbana a Força Animal. Em 14 de Fevereiro, a Câmara Municipal de Lisboa aprova o trespasse daquela concessão para a Empresa Companhia Carris de Ferro de Lisboa. Em 17 de Novembro é inaugurada a primeira linha de "Americanos". O troço então aberto ao público estendia-se entre a Estação da Linha Férrea do Norte e Leste (Sta Apolónia) e o extremo Oeste do aterro da Boa Vista (Santos).
O sucesso que lhe seguiu, conjuntamente com a expansão da rede, com os aumentos verificados na frota e com o número de animais de tracção, desde logo conduziram à necessidade de obtenção de instalações permanentes, amplas, e devidamente apetrechadas, já que os terrenos até então utilizados para esse efeito não preenchiam todos os requisitos necessários. Em 1874, após longa pesquisa foi adquirida uma propriedade que, albergando o Asilo D. Luis I, fora já dos Condes da Ponte e onde foi possível a criação da Estação de Santo Amaro à qual, a breve trecho, se seguiria a do Arco Cego.
1877 - Americanos
Embora tendo iniciado a sua actividade com carros movidos por tracção animal - os "Americanos" -, desde muito cedo que a Companhia Carris considerou como merecedora de atenção a possibilidade da sua substituição por um qualquer outro sistema mais rentável e eficaz. Deste modo, logo em 1877, iniciou-se a recolha de informações sobre a utilização de locomotivas a vapor nos transportes públicos urbanos, a qual viria a culminar na realização de carreiras temporárias entre o Cais de Sodré e
Outros estudos e experiências foram-se acumulando com o passar dos anos (em que se incluem o cabo de tracção subterrâneo e os eléctricos com acumuladores), até que, já nos finais do século, foi decidida a adopção de carros eléctricos tendo a Carris obtido o privilégio exclusivo para o perímetro que explorava, do sistema denominado "Electricidade por condutores eléctricos com motor". Em 1900 tiveram início os trabalhos necessários à sua implantação com assentamento de novos carris, lançamento da rede aérea e construção de uma fábricade electricidade capaz de fornecer toda a energia necessária ao seu normal funcionamento; conhecida simplesmente por GERADORA estendia-se por uma área de 6.102 m2 e era composta pela Casa das Caldeiras, Casa das Máquinas, Casa das Baterias e Depósito de Carvão.
Na madrugada do dia 31 de Agosto de 1901 começou a funcionar a primeira linha de carros eléctricos que se estendia do Cais do Sodré a Ribamar (Algés). Citando um jornal da época "a inauguração da tracção eléctrica satisfez completamente o público que, em grande número, concorreu a presenciar o importante melhoramento, a elegância luxuosa dos carros, a comodidade que oferecem aos passageiros e a rapidez da marcha".Por volta de 1905 já toda a rede estava electrificada tendo os "Americanos" desaparecido das ruas de Lisboa.
Nos anos subsequentes Lisboa assistiu ao aparecimento de mais eléctricos, adquiridos nos Estados Unidos ou construidos nas oficinas da empresa, ao alargamento da rede sendo de salientar a linha da Graça dado o seu percurso por muitos considerado impraticável e ao nascimento de mais uma Estação, a das Amoreiras, inaugurada em 1937 e destinada não só a servir a rede de eléctricos, mas também a já prevista rede de autocarros que veio a ser inaugurada em 9 de Abril de 19
Com efeito pode dizer-se que a Companhia Carris, através da implantação de três carreiras, deu início a um serviço que, com o passar dos anos, viria a suplantar o de eléctricos e afirmar-se como o mais importante meio de transporte da cidade de Lisboa na 2ª metade do séc.XX; foram elas: carreira nº 1, Cais do Sodré-Rotunda carreiras nº 2 e 3, P. do Comércio-M. Bombarda, alternadamente pelas ruas Rodrigo da Fonseca ou Duque de Loulé. Para apoiar este serviço surgiu, em 1958, a Estação de Cabo Ruivo.
1960 - Alterações
Os anos sessenta trazem consigo profundas alterações ao panorama dos transportes públicos colectivos de superfície na cidade de Lisboa. A política assumida pela empresa de acabar a curto prazo com os eléctricos substituíndo-os por autocarros, o recurso cada vez mais acentuado ao transporte individual e o aparecimento do Metropolitano contribuem decisivamente para o gradual desaparecimento dos eléctricos de muitas zonas da cidade - Rossio, Benfica, Carnide, Lumiar - e para uma melhoria na rede de autocarros através da criação de novas carreiras e de alterações em outras já existentes.

Em 1974, verificada a necessidade urgente de rejuvenescer a frota de autocarros, foi aberto concurso para o fornecimento de 200 novas viaturas que, tendo começado a ser entregues no ano seguinte, mercê da cor que ostentavam, imediatamente foram apelidados de "laranjas".
A prevista desactivação da Estação das Amoreiras, que se viria a verificar em 1981 a renovação e ampliação da frota de autocarros implicaram a construção de novas instalações estrategicamente localizadas.Surgiram assim as Estações da Pontinha em 1975, da Musgueira em 1981 e o Complexo de Miraflores que teve no dia 19 de Junho de 1983 o privilégio de receber a visita de Sua Excelência o Senhor Presidente da República naquela que foi a primeira visita realizada pelo mais alto magistrado da Nação a instalações da Companh
Nos últimos anos, para além da entrada ao serviço de novos autocarros (médios, articulados e "minis"), assistiu-se a um interesse renovado pelo modo eléctrico traduzido na aquisição de 10 eléctricos articulados, nos quais, à tecnologia de ponta e elevados níveis de conforto se alia uma grande capacidade de transporte e na renovação de 45 eléctricos tradicionais que, numa feliz união, conjugam o respeito pela traça original com os mais modernos equipamentos electromecânicos.
Conforme previsto no plano de renovação da frota de autocarros, no âmbito do processo de reestruturação em curso, prevê-se que, até 2006, a CARRIS procederá à substituição de autocarros de serviço público, nos seguintes termos:
2004 - 166 autocarros (40 minis/ 106 standard/ 20 gás natural)
2005 - 142 autocarros standard
2006 - 100 autocarros standard Este processo vai permitir que a idade média da frota atinja um valor de 6 anos, no final de 2006.Encontram-se já adjudicados e em fase de fabrico 188 autocarros (148 standard MAN e 40 minis MERCEDES), dos quais 57 serão colocados ao serviço do público ainda no 1.º semestre de 2004, 109 no 2.º semestre de 2004 e os restantes 22 no 1.º trimestre de 2005.O processo de renovação da frota permitirá reduzir significativamente as emissões de gases poluentes, porque qualquer dos modelos referidos cumpre plenamente a Directiva Comunitária sobre emissões de escape – Limite Euro 3, contribuindo, assim, a CARRIS para a melhoria da qualidade do ambiente em Lisboa. Para além disso, os novos autocarros possuem ar condicionado e introduzem uma série de inovações que terão grande impacte na segurança e no conforto, bem como na operacionalidade e na redução dos respectivos custos de manutenção.

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