sábado, setembro 03, 2005

 

COMPANHIA DE JESUS


A vinda dos jesuítas para Portugal deve-se à iniciativa de D. João III a quem o Doutor Diogo de Gouveia, responsável pelo Colégio de Santa Bárbara em Paris, indicara a existência de um novo grupo de clérigos que considerava "aptos para converter toda a Índia".
Sto. Inácio de Loiola acedeu ao convite do rei português e enviou para Portugal, em 1540, dois dos seus primeiros companheiros: o navarro Francisco Xavier e o português Simão Rodrigues.
O primeiro partiu no ano seguinte para a Índia, enquanto o segundo ficou na Europa, lançando as bases da Província de Portugal, erecta como primeira província de toda a Ordem em 1546.
Graças a numerosos benfeitores, com destaque para a família real, o crescimento da Companhia de Jesus em Portugal foi extraordinariamente rápido. Em 1542, foi fundado o Colégio de Jesus, em Coimbra, para formação dos membros mais novos da Ordem. Seguiu-se-lhe, em 1551, em Évora, o Colégio do Espírito Santo e, em 1553, a casa professa de S. Roque, centro das actividades apostólicas na capital.
O primeiro colégio em que os jesuítas deram aulas públicas foi o de Santo Antão, em Lisboa, inaugurado em 1553.
Em 1559, foi fundada a Universidade de Évora e, progressivamente, a actividade pedagógica dos jesuítas foi-se estendendo às principais cidades do País: Braga(1560); Bragança(1561); Funchal(1570); Angra(1570); Ponta Delgada(1591); Faro(1599); Portalegre(1605); Santarém(1621); Porto(1630); Elvas(1644), Faial(1652); Setúbal(1655); Portimão(1660); Beja(1670); Gouveia(1739).
A par da abertura de novas casas, o número de jesuítas em Portugal foi quase sempre aumentando: eram 400, em 1560; 620, em 1603; 662, em 1615; 639, em 1639; 770, em 1709; 861, em 1749; 789, em 1759.
Os jesuítas portugueses foram educadores, confessores e pregadores dos reis e da corte mas dedicaram-se com igual entusiasmo a um vasto leque de outras tarefas.
A comprová-lo está o apelativo de "apóstolos" que desde cedo mereceram pela dedicação ao ensino do catecismo e pela abnegação com que se entregaram aos ministérios sacerdotais e a obras caritativas.
Ocupavam-se dos encarcerados, visitavam os hospitais, assistiam os condenados à morte e, indiferentes aos perigos, excediam-se em generosidade por ocasião de epidemias e calamidades.
No campo da educação, chegaram a dirigir 30 estabelecimentos de ensino que formavam a única rede escolar orgânica e estável do País.
O ensino era gratuito e aberto a todas as classes sociais porque a Companhia só aceitava iniciar uma nova escola quando existisse uma dotação ou fundação que assegurasse os meios necessários para o seu funcionamento.
Em meados do século XVIII, o número total de alunos rondava os 20.000, numa população de 3.000.000 de habitantes.
A expansão em Portugal foi acompanhada desde o início por grande empenho missionário.
Em África, os jesuítas estavam no Congo, em 1547, e em Angola, em 1560; em 1557, chegavam à Etiópia e, em 1560, penetraram em Moçambique, na região do Monomotapa. Em 1604, iniciaram a missão de Cabo Verde donde passaram à Guiné e Serra Leoa.
A primeira expedição ao Brasil, em que ia como superior o P. Manuel da Nóbrega, data de 1549 e foi seguida por numerosas levas de missionários.
Contabilizando todas estas expedições, chegamos a 361, distribuídas por 215 anos, sendo 75 no século XVI, 190 no século XVII e 96 no século XVIII, numa média de 16 missionários enviados cada ano. Nas regiões novamente evangelizadas foram-se formando novas províncias ou vice-províncias que, juntamente com a Província de Portugal, formavam a denominada Assistência de Portugal que, em 1759, contava 1698 jesuítas, dos quais 789 estavam na Europa e os restantes espalhados pelo mundo, ano em que o Marquês de Pombal, no dia 3 de Setembro, decretou a expulsão de todos os jesuitas de todo o território português..
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