sábado, setembro 24, 2005

 

OCTAVIUS AUGUSTUS


Idealizador da Pax Romana e do império, Augustus foi um extraordinário político e administrador.
Sem revogar as leis e instituições republicanas, concentrou todo o poder em suas mãos, inaugurando uma época de esplendor e prosperidade no mundo antigo.
Caius Octavius, que se tornou, por adopção, Caius Julius Caesar Octavius e posteriormente, Caesar Augustus, nasceu em Roma em 24 de setembro de 63 a.C.
Pertencia a uma das famílias mais abastadas da burguesia romana. Seu avô tinha sido banqueiro e o pai, Caius Octavius, foi edil e pretor em Roma e, mais tarde, procônsul na Macedônia.
A mãe, Ácia, era sobrinha de Julius Caesar, e este, interessando-se pela carreira do sobrinho-neto, deu-lhe educação aprimorada e o adoptou como filho em testamento.
Octavius reivindicou sua herança, apesar do perigo que corria, e lutou por ela contra Marcus Antonius, que se apropriara do dinheiro e dos papéis de Julius Caesar.
Pagou do próprio bolso os legados do testamento e presidiu aos jogos em memória de Julius Caesar. Uniu-se a Brutus contra Marcus Antonius, derrotou-o em Módena e exigiu o consulado (a que não tinha direito, dada sua pouca idade).
Diante da recusa do Senado, marchou sobre Roma e impôs a própria investidura (19 de agosto de 43 a.C.). Marcus Antonius, entrementes, aliara-se a Lepidus, governador da Gália.
Octavius se entendeu com eles e formaram o segundo triunvirato, que o Senado reconheceu (por cinco anos). Seguiu-se a repressão: trezentos senadores e dois mil cavaleiros foram proscritos e numerosas propriedades confiscadas.
Em 42 a.C., os triúnviros derrotaram os republicanos Brutus e Cassius na Macedónia (Batalhas de Filipos).
Para recompensar as legiões, Octavius confiscou as terras de 18 cidades italianas.
O descontentamento resultante foi explorado pelos amigos de Marcus Antonius. Ajudado por Marcus Agrippa, grande chefe militar, Octavius tomou Perusa (40 a.C.) e silenciou seus adversários. Firmou, então, com Marcus Antonius, os acordos de Brindisi e dividiu com ele o mundo romano.
Marcus Antonius recebeu o Oriente, Octavius o Ocidente e Lepidus ficou com a África.
Para selar o acordo, Marcus Antonius casou-se com a irmã de Octavius. Inaugurou-se, então, uma era de paz e em 37 a.C., o triunvirato foi renovado por mais cinco anos.
Restava a ameaça de Sextus Pompeius. Com uma esquadra fornecida por Marcus Antonius, Octavius derrotou-o em Nauloque, na Sicília (36 a.C.). Pouco depois depunha Lepidus, sem consultar Marcus Antonius, deixando-lhe apenas a dignidade pontifícia.
Marcus Antonius permaneceu no Egipto, onde desposara Cleópatra e se instalara como potentado oriental.
Octavius consolidou sua situação, pacificou a Illíria e contribuiu para a prosperidade romana, com o desenvolvimento da agricultura. As campanhas orientais de Marcus Antonius serviram de pretexto para que Octavius proclamasse a traição do adversário e sua intenção de formar um reino independente de Roma. Esta declarou guerra ao Egito e Octavius foi nomeado cônsul para combater Marcus Antonius e Cleopatra, vencidos na Batalha de Accio. Depois da derrota, o território egípcio foi incorporado a Roma. Apesar de assumir o poder, Octavius não aceitou a ditadura. Temendo ser vítima da mesma sorte de Julius Caesar, abdicou solenemente de todos os poderes extraordinários (exceto o consulado) e propôs um novo regime, de compromisso - o principado - que guardava as formas tradicionais mas correspondia no fundo a uma monarquia de facto. Longe de destruir as antigas magistraturas, assumiu-as quase todas e fez-se reeleger cônsul, sem interrupção, até o ano 23 a.C. Na aparência, não passava, então, de um magistrado como os outros. Era apenas o primeiro, isto é, Princeps, em autoridade. Na verdade, concentrou todo o poder em suas mãos, após receber do Senado, em 27 a.C., o cognome religioso de Augustus, que consagrava sua missão como divina.
A partir do ano 23 a.C., renunciou também ao consulado, guardando apenas a qualidade tribunícia, que lhe foi conferida em caráter vitalício. Morto Lepidus, tornou-se pontífice a pedido do povo. Seu poder era, assim, fundado de certo modo no consentimento geral. Conservador e austero, Augustus fez um governo de ordem e hierarquia. Lutou contra a decadência dos costumes, reorganizou a administração e as forças armadas, tornando-as permanentes e fixando-as nas fronteiras. Saneou igualmente as finanças do estado. Em Roma e na Itália esforçou-se para fazer reviver as virtudes esquecidas das antigas tradições e religião. Deu privilégios aos pais de família e combateu o celibato. Construiu o foro que leva seu nome e, no campo de Marte, ergueu as primeiras termas, o Pantheon e outros templos. Vangloriou-se por ter transformado Roma na "Cidade de Mármore". Ajudado por Mecenas, favoreceu os escritores: o historiador Titus Livius, os poetas Horacius, Ovidius e Virgilius são de sua época. Elevaram-se templos à deusa Roma e a Augustus em todo o império. Em matéria de política externa, foi menos feliz. Pacificou a Espanha e os Alpes, conseguiu a anexação da Galácia e da Judéia e conquistou, graças a Tiberius, as terras austríacas do Danúbio, que formaram as províncias de Récia e Vindelícia, mas sua campanha na Germânia fracassou.
Tiberius debelou uma insurreição na Illíria e Varus foi aniquilado com três legiões na Floresta de Teutberg. Sua tentativa de conseguir um grande sucessor também fracassou, pois seu sobrinho Marcelus morreu jovem. Marcus Agrippa, cujo casamento com sua filha Julia tinha forçado, morreu em 12 a.C.
Os filhos menores de Agrippa morreram em 2 e 4 da era cristã. Restava Tiberius, filho de Livia, sua terceira mulher. Adoptando-o, Augustus deu-lhe participação cada dia mais activa nos negócios do estado. A partir de 13 da era cristã, Tiberius tinha poderes quase iguais aos do imperador.
Quando Augustus morreu, já era o enteado quem de facto governava Roma.
A obra de Augustus foi imensa, na paz como na guerra. Protector das artes e das letras, administrador de gênio, adorado como deus por seu povo e pelos povos submetidos, deu a Roma sua idade de ouro.
Marcou de tal maneira sua época que esta ficou conhecida como século de Augustus.
Faleceu em Nola, na Compania, em 19 de agosto do ano 14 d.C.
Posted by Picasa

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