sábado, outubro 29, 2005

 

BATALHA DO SALADO


Posted by Picasa Ao romper da alva de 29 de Outubro de 1340, as longas cristãs e os tambores mouriscos acordaram os acampamentos, chamando ao combate.
Os Mouros foram muitos postos ao longo do rio Salado para defenderem o passo aos cristãos.
Estes, depois de confessados e comungados, foram ocupar as suas posições - os castelhanos em frente das tropas africanas de Abdul-Hassan, e os Portugueses defronte do exército granadino do rei Yussuf.
Iniciou a peleja Afonso XI à testa da cavalaria castelhana, forçando a passagem do rio e arremessando-se contra a flor da cavalaria moura que ao seu encontro viera.

Logo ali se feriu entre as duas lustrosas cavalarias a mais feroz refrega.
Entretanto, na ala esquerda, a hoste portuguesa, com Afonso IV à frente, entoando o salmo Exurgat Deus e tocando as caixas e trombetas, investia pela planura contra os esquadrões granadinos, que, em disciplina, táctica e resistência, se avantajavam às tropas africanas. Transposto o rio, sob um chuveiro de flechas, com tal fúria Afonso IV acometeu os de Granada que em breve os forçou a recuar lentamente.
Já na ala direita, castelhana, a cavalaria de Afonso XI levava de vencida a cavalaria moura, e, pondo-a em fuga, ia levar a confusão às tropas de reserva mouriscas.

Neste mesmo momento, Afonso XI, ao tomar uma colina que dominava o campo de batalha, teria perdido a vida se o pronto e denodado socorro dos seus melhores cavaleiros lhe não tivesse então valido.
Quando já em toda a linha os sarracenos recuavam, a guarnição de Tarifa, reforçada durante a noite com 1000 lanças e 4000 peões, fez uma audaciosa sortida que, surpreendendo pela retaguarda os corpos mouros de reserva, acabou de os pôr em desordenada fuga e decidiu da vitória.
Começou então a perseguição «seguindo os reys catolicos o alcance com muyta parte de cavalaria e aquela infantaria que os poude acompanhar por distancia de duas leguas sem levantar as lanças nem abater as espadas». Os acampamentos do emir de Marrocos e do rei de Granada, com todas as suas riquezas - tendas de seda e ouro, alfanges com pedras preciosas, vasos lavrados, etc.-, caíram em poder dos cristãos e «então os soldados a sangue frio cortaram por hum e outro sexo, por huma e outra idade...».
A mortandade foi, com efeito, enorme. Tal terror se apoderou dos mouros, que Abdul-Hassan, tendo-se acolhido a Gibraltar, passou logo à África, e o rei Yussuf, receando-se da viagem por terra, recolheu aos seus estados por mar.

Comentários: Postar um comentário

« Voltar

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

FREE hit counter and Internet traffic statistics from freestats.com