sábado, dezembro 10, 2005
ED WOOD, o pior de todos


Imaginem um zombie a sair da sua campa (e a ficar entalado, porque o actor era demasiado corpulento e estava com dificuldades em sair), e terão uma ideia do tipo de cenas que podem encontrar neste filme.
Se Wood tivesse sido apenas um cineasta incompetente, não teria este estatuto de verdadeiro ícone entre os cinéfilos.
O que transparece naquele filme – percebe-se na bela homenagem que Tim Burton e Johnny Deep lhe fizeram – é o seu amor incondicional pelo cinema.
Todos tivemos um bocadinho de Ed Wood na nossa infância: os tempos das famosas histórias do faz-de-conta inventadas entre amigos.
Não era preciso muito para que sucedessem: um prédio em construção era suficiente para nos tornarmos soldados, polícias, ladrões, índios ou cobóis.
Tal como Ed Wood, não tínhamos necessidade de repetir cenas, melhorar desempenhos, criar cenários ou desenhar efeitos especiais: a nossa imaginação preenchia por completo as lacunas técnicas.
Ed Wood amava o cinema com tanta pureza que me entristece saber que terminou os seus dias de cineasta completamente esquecido, escrevendo e realizando filmes porno para não morrer à fome.
Acabou por partir para Outer Space no dia 10 de Dezembro de 1978, vítima de ataque cardíaco.