sexta-feira, janeiro 13, 2006

 

BARTOLOMEU DE GUSMÃO


Posted by Picasa A capacidade inventiva e a imaginação do padre jesuíta Bartolomeu Lourenço de Gusmão contribuíram para o religioso brasileiro tornar-se famoso, sobretudo por seus vários inventos que o incluem entre os pioneiros da aviação.
Filho do cirurgião-mor Francisco Lourenço e de Maria Álvares. Bartolomeu Lourenço de Gusmão nasceu em Santos, SP, em dezembro de 1685.
Viveu apenas 39 anos.
Cursou com o irmão, Alexandre de Gusmão, o seminário jesuíta de Belém da Cachoeira, na Bahia, onde se tornou noviço.
O irmão Alexandre chegou a ocupar o cargo de secretário do rei D. João V e tornou-se conhecido como o negociador que consolidou as fronteiras brasileiras expandidas para oeste pelos bandeirantes.
Aos 15 anos foi para Portugal, onde se formou em direito religioso, em Coimbra.
Ordenou-se sacerdote da Companhia de Jesus.
Ordenado, mudou-se para Lisboa em 1701, onde realizou estudos de matemática e física mecânica.
Destacou-se como pregador religioso e recebeu do rei Dom João V o cargo de capelão da Casa Real.
Dedicou-se, a partir de então, a seus inventos.
De volta a Salvador, construiu uma bomba elevatória para abastecer o colégio dos padres com a água do rio Paraguaçu.
Foi essa sua primeira invenção.
Também em 1707 expôs um sistema que havia inventado para bombear água para fora do casco dos navios, inaugurando assim a automação do sistema de drenagem de embarcações.
Concluídos os estudos secundários, embarcou para Portugal em 1705 e matriculou-se na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra em 1708.
Aí, desenvolveu notavelmente os seus estudos de Física e Matemática que desde a adolescência tanto o tinham interessado.
Consta que ao observar uma pequena bolha de sabão pairando no ar, se inspirou para a concepção de um balão, pois esta ao passar sobre uma vela foi fortemente impelida para as alturas, como se alguém a tivesse empurrado.
Tinha em mãos a chave do fenômeno e a explicação que tanto procurava: a leveza do ar quente em relação do ar frio constituía uma força de ascensão irresistível, capaz de erguer um objecto relativamente leve.
Desta forma ficou Gusmão sabendo que o ar ambiente, quando aquecido, perdia densidade e tornava-se mais leve e em conseqüência passava para camadas superiores da atmosfera.
Em 1708 passa a trabalhar no projecto de um aparelho "mais-leve-que-o-ar" com grande dedicação.
Entrega então a D. João V a petição de privilégio sobre o seu "instrumento de andar pelo ar", que lhe é concedida por alvará, em 19 de Abril de 1709, juntamente com uma boa contribuição em dinheiro. Com isso, Gusmão passou a se dedicar inteiramente ao seu projeto.
Alguns autores revelam que em 5 de agosto de 1709, o Padre jesuíta Gusmão realizou, perante a corte portuguesa, no pátio da Casa da Índia, em Lisboa, a primeira demonstração da Passarola, uma espécie de balão que havia concebido e construído.
O balão pegou fogo sem sair do solo, mas, numa segunda demonstração, elevou-se a 4 metros de altura.
Tratava-se de um pequeno balão de papel pardo grosso, cheio de ar quente, produzido pelo "fogo material contido numa tigela de barro incrustada na base de um tabuleiro de madeira encerada". Segundo Salvador Antônio Ferreira, com receio que pegasse fogo aos cortinados, dois criados destruíram o balão, mas a experiência tinha sido coroada de êxito e impressionado vivamente a Coroa.
O facto é confirmado em depoimento do então cardeal de Lisboa (futuro papa Inocêncio XIII) que referiu-se ao risco de incêndio.
Na terceira tentativa, a Passarola, movida a ar quente, teria voado diante do rei e da rainha, na Casa da Índia, e descido no terreiro do Paço, em 8 de agosto de 1709.
A partir de então, famoso, o religioso brasileiro passou a ser chamado de "padre voador”.
Bartolomeu Lourenço de Gusmão foi o primeiro, em toda a história da aeronáutica, a construir um balão que subiu livremente na atmosfera, mas não há evidências de que este frágil balão tenha feito um vôo tripulado.
Acusado pela Inquisição de simpatizar com cristãos-novos perseguidos pelo Santo Ofício, foi obrigado a fugir para a Espanha.
Ao passar pela cidade de Toledo (Espanha) adoeceu, devido ao que se recolheu ao Hospital da Misericórdia daquela cidade, onde veio a falecer em 13 de janeiro de 1724.

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