sábado, janeiro 07, 2006
CATARINA DE ARAGÃO


Foi ainda a mãe da rainha Maria I.
Catarina nasceu em Alcalá de Henares e foi a filha mais nova dos Reis Católicos Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela.
Em 1501, Catarina casou com Artur Tudor, Príncipe de Gales, como contratado desde a infância dos dois.
O casal foi viver para o País de Gales mas pouco tempo depois ambos caíram vítimas de uma epidemia, possivelmente cólera.
Catarina sobreviveu, mas Artur não tornando-a numa viúva.
De acordo com o seu próprio testemunho o casamento não fora consumado, o que foi a base da dispensa concedida pelo Papa Júlio II para uma segunda união com o cunhado Henrique, então Duque de York e herdeiro do trono.
O casamento ocorreu apenas a 11 de Junho de 1509 depois da ascensão ao trono de Henrique VIII.
Catarina era extremamente popular junto da população, quer como Rainha, quer como Princesa de Gales. Em 1513 chegou mesmo a servir como regente da coroa durante uma ausência de Henrique VIII a França.
Após algumas gravidezes falhadas, Catarina deu à luz um rapaz, Henrique, que morreu pouco tempo depois.
A sua última gravidez em 1516 resultou numa filha, a futura Maria I de Inglaterra.
Depois de Maria, Catarina não voltou a conceber, o que deixou Henrique preocupado com a sucessão.
A guerra das rosas como consequência de instabilidade dinástica estava ainda bem presente na memória colectiva.
Particularmente preocupante para Henrique, um estudioso de questões teológicas, era a afirmação contida no Levítico de que se um homem casar com a mulher do irmão, o casamento será estéril.
Convencido de que Catarina teria mentido quanto à consumação do casamento com Artur, Henrique VIII começou a procurar a anulação do casamento em 1527.
Ao mesmo tempo, arrancara de Ana Bolena a promessa de que ela seria sua amante e futura mulher.
No Vaticano a tomada de decisão arrastou-se por sete anos. O Papa Clemente VII não parecia disposto a conceder a anulação por duas razões: primeiro seria uma admissão de equívoco da Igreja que concedera a dispensa, segundo porque Clemente era uma marioneta política nas mãos do Imperador Carlos V, sobrinho de Catarina, a quem não convinha o fim da união.
Cansado de esperar, Henrique separou-se de Catarina em 1531 e em 23 de Maio de 1533, o Arcebispo da Cantuária Thomas Cranmer anulou a união sem aprovação do Vaticano.
A implementação do Acto de Supremacia e a separação da Igreja Anglicana da Igreja de Roma, consumou a anulação.
Catarina foi separada da filha, a princesa Maria, e exilada da corte para viver na província, embora com todos os previlégios de uma Princesa de Gales.
Mas jamais aceitou o divórcio e a despromoção e continuou a assinar a correspondência como Catherine the Queen.
Catarina morreu em Janeiro de 1536, vítima de uma doença prolongada, possivelmente cancro, e foi sepultada na Catedral de Peterborough com as honras de uma Princesa de Gales.