sexta-feira, janeiro 20, 2006

 

DAVID LYNCH


Posted by Picasa David Lynch é um cineasta cujos filmes dificilmente se adequam a resumidas sinopses, especialmente aquelas encontradas nas fitas disponíveis em clubes de vídeo.
É mais ou menos assim: você sai de casa para alugar um filme de Lynch, lê o pequeno texto e pensa, "esse dever ser bacana". Prepare-se, pois o que você leu terá pouca ou nenhuma semelhança com o que o filme realmente é.
Lynch sabe combinar criatividade e ousadia como ninguém e, mesmo que seus filmes sejam rotulados de estranhos e ininteligíveis, não há como negar que ele é um dos directores mais talentosos do cinema americano.

Como poucos, desenvolveu um estilo único e admirado.
Para quem não o conhece, vale à pena assistir a seu último trabalho, Mulholland Drive, que deve estrear brevemente nos cinemas.
O filme foi intensamente aplaudido no Festival do Rio de 2001, assim como "A História Real", exibido recentemente.
Falar sobre o universo lynchiano é falar sobre nossos pensamentos obscuros.

É catucar o bizarro que habita todos nós, mesmo que escondido sob camadas de comportamentos aceitáveis pela sociedade.
É caminhar por ambientes e situações que mais parecem pesadelos.
Para assistir a um filme de Lynch, o espectador deve estar consciente de que vai penetrar num mundo obscuro e surreal.
E que sua reacção a isso é factor primordial para tirar uma conclusão de suas obras.
Se é que isso seja possível...
David Lynch é um homem verdadeiramente multifacetário.

Ele divide seu tempo entre várias actividades artísticas como o cinema - área que o celebrizou -, a escrita, a pintura, a escultura, os cartoons, a fotografia, a produção televisiva e a composição musical.
Conjugando de forma inteligente as exigências do universo cultural com tendências artísticas experimentais, Lynch tornou-se um dos mais respeitados cineastas da nossa era, avançando com uma visão de mundo caracterizada pelo seu original obscurantismo e pela utilização de um sentido cômico tão bizarro quanto amargo que, somados, formam um conjunto de estranha beleza.
Conseguiu a fama e o respeito do público e da crítica, contribuindo para uma alteração profunda dos gostos e ideologias do cinema norte-americano.
Lynch nasceu em 20 de Janeiro de 1946 em Missoula, uma pequena cidade do estado americano de Montana.

Criado num ambiente tipicamente do interior, sua primeira aspiração profissional esteve ligada ao design gráfico e, por conta disso, iniciou seus estudos na Escola Corcoran de Artes em Washington, local onde foi pupilo do pintor expressionista Oskar.
Por volta de 1966, ingressou na Academia de Belas Artes da Pennsylvania, escola onde fez as suas primeiras experiências como cineasta.
O ambiente violento e decadente em que viveu durante os anos que passou nesta escola tiveram um efeito duradouro na formação de Lynch, conferindo-lhe uma estranha obsessão pela exploração do lado mais sombrio da experiência humana.
Seu primeiro curta-metragem, "Six men getting sick", é o reflexo dessas influências, definida por ele como "57 segundos de desenvolvimento e fogosidade e 3 segundos de vômito".
Com "The Alphabet", Lynch obteve o reconhecimento dos críticos e foi presenteado com uma bolsa de estudos do American Film Institute.
Neste período, fez seu terceiro curta-metragem, "The grandmother".
Em 1972, ele se dedicou a seu primeiro longa-metragem, do qual fez praticamente tudo: argumento, realização, efeitos especiais, som, montagem e produção.

"Eraserhead" tornou-se desde seu lançamento um filme cult aclamado pela crítica e transformou-se num ícone do cinema de vanguarda. "Eraserhead" despertou a atenção de muita gente em Hollywood, entre eles Mel Brooks, que foi produtor de "O homem elefante", filme que relata a história de John Merrick, um homem monstruosamente deformado, cuja riqueza como ser humano se manteve inalterada.
David Lynch, ainda com muito para oferecer à sétima arte, possui uma carreira invejável. Mesmo que suas histórias sejam de difícil compreensão em alguns momentos, vale lembrar que talvez seja esse o grande desafio que Lynch nos propõe a cada vez que assistimos a uma de suas obras.

É neste facto que reside a verdadeira magia da cinematografia de um dos maiores gênios criadores da história do cinema.

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