sábado, janeiro 07, 2006

 

INÊS DE CASTRO


Posted by PicasaInês de Castro que morreu a 7 de Janeiro de 1355 foi uma mulher galega, filha ilegítima de Pedro Fernandez de Castro e de Aldonza Soares de Valadares, que se tornou conhecida ao ter sua história lembrada por Camões no Canto III de Os Lusíadas, onde faz referência à «...mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha...».
Foi amante e declarada postumamente esposa legítima de Pedro I de Portugal.
A sua desventurada vida e controvertido casamento ainda faz com que historiadores se debrucem sobre o caso, procurando indícios se houve ou não um casamento.
Inês de Castro chegou a Portugal em 1340, integrada como aia no séquito de D. Constança Manuel, filha de João Manuel poderoso nobre descendente da Casa real Castelhana, que iria casar com o príncipe Pedro, herdeiro do trono.

O príncipe apaixona-se por Inês pouco tempo depois, negligenciando a mulher legítima, Constança, e pondo em perigo as débeis relações com Castela.
Tentando colocar empecilhos entre D. Pedro e D. Inês, D. Constança dá a Inês seu filho recém-nascido, o Infante D. Luis (1343), em baptismo, com a esperança de que os laços de parentesco espiritual impostos pelo compadrio afastasse os enamorados.
Mas D. Luís não chega ao primeiro ano de vida, e pouco afeta os sentimentos de Pedro e Inês.
O Rei D. Afonso IV, exila D. Inês de sua corte em 1344, temendo o escândalo.

Não há porém indícios de que o relacionamento tenha sido consumado, então.
Em Outubro de 1345, D. Constança Manuel morre dando à luz o Infante D. Fernando, deixando Pedro viúvo e livre para enfrentar o pai e trazer D. Inês de volta do exílio em Albuquerque.

O casal foi morar longe da corte ao norte de Portugal, onde nasceram os quatro filhos, os Infantes D. Afonso (morto ainda criança), D. João, D. Dinis e D. Beatriz, reconhecidos pelo pai.
D. Pedro afastou-se da política, da corte e de suas prerrogativas de herdeiro.
O rei D. Afonso IV rodeado dos seus conselheiros, Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco, deslocaram-se ao Mosteiro de Santa Clara para assassinar D. Inês.
Afonso IV tentou por diversas vezes organizar um terceiro casamento para o seu filho, com princesa de sangue real, mas Pedro recusa tomar outra mulher que não Inês.

Entretanto, o único filho legítimo de Pedro, o futuro rei Fernando I de Portugal, mostrava-se uma criança frágil, enquanto que os bastardos de Inês prometiam chegar à idade adulta.
A nobreza portuguesa começava a inquietar-se com a crescente influência castelhana sobre o futuro rei.
Depois de alguns anos no Norte, Pedro e Inês, retornam a Coimbra e se instalam no Paço de Santa Clara. A 7 de Janeiro de 1355, D. Afonso cede às pressões de seus conselheiros, e aproveitando a ausência de D. Pedro numa excursão de caça, assina a sentença de morte de D. Inês.

Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco dirigiram-se ao Mosteiro de Santa Clara em Coimbra, onde Inês se encontrava e a justiçaram, degolando-a.
A morte de Inês não trouxe Pedro para mais próximo do pai, antes pelo contrário, o herdeiro revoltou-se contra Afonso IV, que responsabilizou pela morte.
Mais uma vez pai e filho se encontram em campos opostos numa guerra civil.
A Rainha Dona Brites intervém e após meses de escaramuças, a paz é selada em Agosto de 1355.
Os restos mortais de D. Inês repousam no Mosteiro de Alcobaça ao lado do seu eterno amante, D. Pedro.
Pedro tornou-se o oitavo rei de Portugal em 1357.

Em Junho de 1360 faz a famosa declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se havia casado secretamente com Inês, em 1354 "...em dia que não se lembrava...".
A palavra do rei, e de seu capelão foram a única prova deste casamento, mas para tanto talvez devamos repensar a questão dentro do conceito de casamento na Idade Média.
Pedro mandou construir dois esplêndidos túmulos no mosteiro de Alcobaça, um para si e outro para onde trasladou os restos de sua amada Inês.
A tétrica cerimônia do beija mão, tão vívida no imaginário popular, provavelmente foi inserida nas narrativas do final do século XVI, depois de Camões escrever em seu Canto III, a tragédia da Linda Inês.
D. Pedro juntou-se à amada em 1367 e os restos de ambos jazem juntos até hoje.

Comentários: Postar um comentário

« Voltar

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

FREE hit counter and Internet traffic statistics from freestats.com