sábado, abril 29, 2006
JAIME CORTESÃO


Era ainda estudante quando, em 1907, se envolveu na greve académica da Universidade do Porto, estabelecimento onde dois anos depois completaria os estudos de medicina.
Cinco anos passados após a implantação da República, corria o ano de 1915 e o ainda jovem Jaime Cortesão seria eleito deputado pelo Partido Republicano Português.
A I Guerra Mundial assolava a Europa.
Como voluntário e enquanto médico, parte para a Flandres integrado no Corpo Expedicionário Português.
Ferido com gravidade, em 1918 regressa a Portugal e é codecorado com a Cruz de Guerra.
Ainda em convalecência, viria a ser preso, na sequência de perseguições políticas por parte dos apaniguados de Sidónio Pais.
Após a queda do Sidonismo fez parte da «Seara Nova» e foi director da Biblioteca Nacional, entre 1919 e 1927.
Participante na revolta de 3 de Fevereiro de 1927, no Porto, contra a Ditadura Militar instaurada a 28 de Maio do ano anterior, foi obrigado a exilar-se em Espanha, onde desenvolveu intensa actividade contra a ditadura e o Estado Novo.
A queda do regime republicano na sequência da Guerra Civil espanhola fez com que se refugiasse em França, em 1939.
No ano seguinte, recebeu autorização para voltar a Portugal.
Chegou, foi preso e expulso para o Brasil. Naquele país sul - americano permaneceu até 1955, seguiu a carreira de docente universitário e especializou-se na história dos descobrimentos portugueses .
Em 1957 foi autorizado a voltar ao seu país, depois de completar um total de 30 anos de longo exílio.
Depois de eleito presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores, o apoio que deu à candidatura do general Humberto Delgado, em 1958, estaria na origem da sua prisão pela PIDE. Jaime Cortesão estava então com a idade de 74 anos.
Dois anos depois, a vida deste democrata chegaria ao fim.