sexta-feira, julho 14, 2006

 

INGMAR BERGMAN


Posted by Picasa A obra de Ingmar Bergman compõe um dos mais ricos e essenciais capítulos da história do cinema.Como poucos, o director se apropriou da linguagem para realizar um conjunto significativo que transcende a própria experiência cinematográfica.Abordando temas intrínsecos à existência humana – como desejo, morte e religiosidade –, o cineasta rompeu as fronteiras do cinema sueco e atingiu a universalidade.A relação de Bergman com o cinema antecede seu trabalho como profissional.Antes de estrear na tela, já havia descoberto o cinema como forma de expressão e até de sobrevivência.Aos 9 anos, no natal de 1927, não resistiu à tentação de ver o irmão presenteado com um projetor e sugeriu uma barganha definitiva para o futuro de sua vida: trocou um exército de chumbo pelo cinematógrafo.Filho de pastor luterano, amargou uma criação autoritária, baseada em conceitos relacionados ao pecado, confissão, castigo, perdão e indulgência.Em sua autobiografia, Lanterna mágica, Bergman faz relatos impressionantes.Sempre que contava uma mentira recebia castigos constrangedores, como desfilar vestido de menina ou ser trancafiado num armário.É nesse período que vivencia sentimentos como vergonha ou humilhação, tão explorados em seus filmes.A iniciação profissional do director se deu através de um dos patriarcas do cinema sueco, Victor Sjostrom, homenageado em Morangos Silvestres, em que Sjostrom interpreta o protagonista que perde a noção da memória face à iminência da morte.Do mestre, director do clássico O Vento, com Lilian Gish, Bergman herdou a compreensão da natureza como elemento de sustentação dramática.É o que ocorre, por exemplo, em Monika e o Desejo, onde o verão inunda a trama de sensualidade.Foi esse filme, por sinal, que despertou o interesse de Woody Allen pelo director sueco.Embora Bergman seja quase sempre lembrado por suas obsessões mais frequentes, como o passar do tempo, a morte e a impossibilidade de comunicação, presentes em filmes como Luz de inverno, O Sétimo Selo, O Silêncio, Persona e tantos outros, o conhecimento mais aprofundado de sua obra revela um autor de talentos múltiplos.O Olho do diabo, Sorrisos de uma noite de Amor e Para não falar de todas essas mulheres são filmes de um bom-humor surpreendente, sobretudo quando se sabe que são filmes do mesmo autor de Vergonha, Face a face e Da Vida das Marionetes.Com larga experiência teatral (foi director do Teato Municipal de Goteborg , do Teatro de Malmoe e até hoje continua encenando), Bergman trabalhou em seus filmes com uma equipa que praticamente não se alterou.Harriet Andersson, Erland Josephson, Max Von Sydow, Ingrid Thulin, Liv Ullman e o insuperável Gunnar Bjornstrand são apenas alguns dos nomes imortalizados pelo seu cinema. Sem eles, não existiria essa obra feita a base de rostos, gritos, silêncios e sussurros.Apesar da fama mundial, Bergman não usufrui do mesmo prestígio na terra natal, a Suécia.Acusado de burlar o fisco, em meados da década de 70, caiu em desgraça.Desde então, vive recluso na ilha de Faro, de onde só sai para encenar suas peças teatrais ou realizar especiais para a tevê.Fanny e Alexander, Oscar de 1985, foi seu último trabalho para o cinema.Nasceu no dia 14 de Julho de 1918.

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