quinta-feira, agosto 24, 2006
O MASSACRE DE PARIS


As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram a 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois noutras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 100.000 protestantes franceses (chamados huguenotes).
Este massacre veio dois anos depois do tratado de paz de Saint-Germain, pelo qual Catarina de Médici tinha oferecido tréguas aos protestantes.
Em 1572, quatro incidentes inter-relacionados têm lugar após o casamento real de Marguerite de Valois, (a irmã do rei da França) com Henri de Navarre, uma aliança que supostamente deveria acalmar as hostilidades entre protestantes e católicos e fortalecer as aspirações de Henri ao trono.
A 22 de Agosto, um agente de Catarina de Médici (a mãe do rei da França de então, Carlos IX de França, o qual tinha apenas 22 anos e não detinha verdadeiramente o controle), um católico chamado Maurevert, tentou assassinar o almirante Gaspard de Coligny, líder huguenote de Paris, o que enfureceu os protestantes, apesar de ele ter ficado apenas ferido.
Nas primeiras horas da madrugada de 24 de Agosto, o dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planeados pela família real.
Este fora o sinal inicial para um massacre mais vasto.
Começando em 24 de Agosto e durando até Outubro, houve uma onda organizada de assassínios de huguenotes em cidades como Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Rouen, e Orléans. Estimativas do número dos assassinados variam entre os 70.000 e 100.000.
Relatos da altura dão conta de cadáveres nos rios durante meses, de modo que ninguém comia peixe.
O Papa Gregório XIII ficou muito feliz com a notícia deste massacre: os sinos de Roma ressoaram para um dia de graças, foi cunhada uma medalha comemorativa em honra da ocasião e o papa encarregou o artista Giorgio Vasari da pintura de um mural celebrando o massacre.
Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses.
Outros ataques se seguiriam.