sexta-feira, fevereiro 02, 2007

 

JOÂO CÉSAR MONTEIRO


Posted by Picasa João César Monteiro (Figueira da Foz, 2 de Fevereiro de 1939, Lisboa 3 de Fevereiro de 2003) foi um cineasta português.
Pertence a uma família da burguesia rural, anti-clerical e anti-salazarista. Aos quinze anos, para prosseguir os estudos liceais, transfere-se com a família para Lisboa, a "capital do Império". «A escola é a retrete cultural do opressor», citação de Monteiro no filme Fragmentos de Um Filme Esmola (1972). Começa a trabalhar em cinema como assistente de realização de Perdigão Queiroga. Em 1963, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vai para a Grã-Bretanha estudar na London School of Film Technique. De volta a Portugal em 1965, inicia a rodagem do que viria a ser a sua primeira obra: Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço. Mas vários precalços financeiros só lhe permitiram acabar o filme cinco anos depois. Entretanto roda ainda uma curta-metragem, Sophia de Mello Breyner Andresen. Escreve críticas de filmes para a Imagem, Diário de Lisboa, O Tempo e o Modo e O Cinéfilo (suplemento de O Século). A sua primeira longa-metragem é de 1972, Fragmentos de um Filme-Esmola. Em 1981 Silvestre, adaptado dos contos tradicionais A Mão do Finado e A Donzela que vai à Guerra, apresentado no Festival de Veneza, é um filme decisivo para a sua projecção internacional. Prossegue com esta obra a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema portugues de ficção o conceito de antropologia visual, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa ou Pedro Costa.
Depois de À Flor do Mar (1986), protagonizado por Laura Morante e mostrado ao Festival de Salsomaggiore (onde ganha o Prémio Especial do Júri), volta a Veneza em 1989 com Recordações da Casa Amarela (Leão de Prata), o início da trilogia do personagem João de Deus e em 1992 com O Último Mergulho - esboço de filme, protagonizado por Fabienne Babbe. A Comédia de Deus (Festival de Veneza, 1995), As Bodas de Deus (Festival de Cannes, 1999), Branca de Neve (Festival de Veneza, 2000) e Vai e Vem (Festival de Cannes, 2003) foram as suas últimas obras.
Colaborou na revista cinematográfica Trafic, até à morte do seu fundador, Serge Daney. É autor de Morituri te Salutant (1974), artigos amorosos e guerreiros sobre o cinema e as suas circunstâncias.
A sua obra, polémica e dificilmente classificável que, de um modo geral, se caracteriza pelo génio lírico (estética de "filmes-poema") e satírico do realizador, tem sido objecto de estudo para portugueses e estrangeiros, nomeadamente críticos e académicos. João César Monteiro é unanimemente reconhecido como um dos maiores realizadores portugueses de sempre.

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