sábado, fevereiro 03, 2007

 

MONDLANE


Posted by Picasa Eduardo Chivambo Mondlane que nasceu em Manjacaze, Gaza no ano de 1920 e foi assassinado em Dar es Salaam no dia 3 de Fevereiro de 1969 foi o dirigente máximo da FRELIMO, a organização que lutou pela independência de Moçambique do domínio colonial português. O dia da sua morte, assassinado por uma encomenda-bomba, é celebrado em Moçambique como o Dia dos Heróis Moçambicanos.Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou na missão presbiteriana suíça próxima de Manjacaze, terminou os seus estudos secundários numa escola da mesma igreja na África do Sul e, depois de uma curta passagem pela Universidade de Lisboa, foi ainda financiado pelos suíços fazer os estudos superiores nos Estados Unidos da América, onde se doutorou em sociologia.Trabalhou para as Nações Unidas, no Departamento de Curadoria, como investigador dos acontecimentos que levavam à independência dos países africanos e foi também professor de história e sociologia na Syracuse University, em Nova Iorque. Nessa altura (década de 1950), Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, um ministro português que queria recrutá-lo para trabalhar na administração colonial; Mondlane, por seu turno, tentou convencê-lo da necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a dar independência às suas colónias africanas.Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento de libertação. Por essa altura e independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), a MANU (Mozambique African National Union, à maneira da KANU do Quénia e de tantas outras) e a UNAMI (União Nacional Africana para Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o apoio do presidente da Tanzania, Julius Nyerer – a FRELIMO foi de facto criada na Tanzania, com base naqueles três movimentos.Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-se Samora Machel que o substituiria após a sua morte. Os seguintes foram já treinados na Tanzania, onde a FRELIMO organizou ainda uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.A luta armada foi desencadeada em 25 de Setembro de 1964, com o ataque de um pequeno número de guerrilheiros ao posto administrativo de Chai, na província de Cabo Delgado, a cerca de 100 Km da fronteira com a Tanzania. Para além das acções militares, a FRELIMO organizou um sistema de comércio para apoiar as acções de guerrilha e Lázaro Nkavandame, que tinha sido nomeado Secretário Provincial do movimento para aquela província, foi quem organizou esse sistema; mais tarde, verificou-se que ele guardava os lucros para si e seus colaboradores e acabou por desertar, em 1969 pouco depois da morte de Mondlane.Este não foi o único incidente que ensombrou os primeiros anos da FRELIMO: Mateus Gwengere, um padre católico que tinha aliciado muitos jovens da sua província (Tete) e era professor do Instituto de Moçambique, insurgiu-se contra a política do movimento de enviar a maior parte dos jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a continuar os estudos. Em Março de 1968, verificou-se um motim, seguido pelo abandono quase massiço dos estudantes que, mais tarde, se descobriu ter sido despoletado por Gwengere. Em Maio, uma multidão de makondes invadiu os escritórios do movimento e assassinou um dos membros do Comité Central, Mateus Sansão Muthemba – exigiam a independência imediata de Cabo Delgado. Entretanto, Nkavandame tentou forçar a realização de um congresso do movimento na Tanzania, mas o Comité Central decidiu realizá-lo em Matchedje, nas zonas libertadas do Niassa, em Julho de 1968.Nesse congresso – o II Congresso da FRELIMO -, Mondlane foi reeleito como presidente e Uria Simango como vice-presidente, mas foi ainda criado um conselho executivo, que incluía a presidência e os chefes dos departamentos. O mais importante foi que o congresso reafirmou a política definida de lutar pela “independência total e completa” de Moçambique e não apenas de parte dele.Infelizmente, Eduardo Mondlane não viu o seu sonho realizado porque, em 3 de Fevereiro de 1969, morreu ao abrir uma encomenda que continha uma bomba.

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