sexta-feira, junho 08, 2007

 

TONY DE MATOS


Faz hoje dezoito anos que faleceu quem tinha a virtude de me conseguir "agarrar" ao rádio ou à televisão.
VOZ como aquela ...só a outra VOZ... na América !

Aquele que viria a ser uma das mais carismáticas figuras da noite lisboeta nasceu filho do Porto, em 1924.
António Maria de Matos, Tony de Matos para a posteridade.Filho de artistas da companhia teatral itinerante de Rafael de Oliveira, desde cedo começou a lidar com os palcos. A oposição paterna vai contrariar, contudo, o gosto que o jovem tem pelas cantigas. "Cantar só se fosse na rua, porque meu pai não queria, de modo algum, que eu seguisse a carreira de artista", dirá mais tarde.
O seu primeiro trabalho no mundo artístico não será mais que o desempenho das funções de ponto na referida companhia. Mas o desejo de cantar leva-o a Lisboa onde, a pretexto de um trabalho burocrático, se inicia no mundo das cantigas, passando no exame da Emissora Nacional.Mas logo regressa ao convívio de seus pais e, uma noite, numa verbena, decide-se a cantar o fado.
Causa espanto. Levado ao Café Luso, encantará tudo e todos e ficará a actuar, logo ali, dez noites por mês, com um salário de 50 escudos por noite. Tem 24 anos. Permanecerá dois anos no Luso, que só abandonará pelos espectáculos publicitários APA e o Comboio das Seis e Meia, deJosé Castelo e Igrejas Caeiro.
Ganhando crescente popularidade graças a estes programas e aos Serões da Emissora Nacional, Tony de Matos estreia-se em 1952 no teatro de revista, primeiro em Cantigas Ó Rosa e, depois, em Saias Curtas. No ano seguinte será a vez do Brasil, primeira estada que durará seis meses. Após uma visita a Portugal, marcada por digressões diversas que incluíram África e a Calecute na India Portuguesa, o cantor regressa ao Brasil, onde ficará por longos seis anos, actuando na rádio, na televisão, e sendo proprietário de "O Fado", pelo qual passaram, como espectadores, alguns dos nomes maiores do panorama artístico e literário do Rio de Janeiro.
Mas 1963 marca a segunda e mais marcante fase da sua carreira, com o regresso a Portugal, cantando já fora do âmbito restrito do fado, alargando o seu repertório para a canção romântica. E é neste estilo que Tony de Matos vai encontrar o seu lugar único, a ponto de ser considerado o cantor romântico por excelência, o intérprete de charme que viria a ser admirado e por gerações sucessivas, incluindo alguns sectores da crítica dos anos oitenta, que o consideram percursor de algumas das linhas de força da música ligeira moderna. O regresso do "cantor da voz romântica", designação inventada por Natália Correia, deve-se, em grande parte, ao sucesso de Só Nós Dois e Lado a Lado, canções que vão explodir nas rádios portuguesas. Liquida os negócios no Brasil e nunca mais voltará. Ficou célebre o seu espectáculo num Pavilhão dos Desportos completamente cheio, em 1964. Estreia-se no cinema em A Canção da Saudade (1964) de Henrique Campos, sendo ainda protagonista em Rapazes de Táxis (1965) de Constantino Esteves, O Destino Marca a Hora de Henrique Campos e Derrapagem (1972).Após o 25 de Abril, conotado com o nacional-cançonetismo, prossegue a sua profissão junto das comunidades de emigrantes no estrangeiro. A sua carreira conhecerá um novo renascimento a partir de 1985, ano em que Vitorino Salomé o convida para cantar a seu lado no Coliseu. De novo os discos e um espectáculo próprio no Coliseu vão coroar a vida do grande intérprete, do "cantor de charme", como gostava de se intitular.
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Tony de Matos ficará sempre na nossa lembrança!
 
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