segunda-feira, junho 04, 2007

 

É VERDADE OU MENTIRA



“Você deve falar sempre a verdade, independentemente de qual seja ela.”
Esta é uma frase típica, tradicional de todas as famílias que possuem crianças e que é repetida a todos os filhos, seja qual for a idade deles.
Ela vem coroada de muitos valores e princípios que todos os pais desejam a seus filhos, como honestidade, transparência, dignidade e, sobretudo, verdade.
Os professores falam a mesma coisa.
Eles incentivam seus alunos a sempre serem sinceros e verdadeiros.

Mas bem sabemos que, por mais que se repita a mesma recomendação, a mentira é uma prática muitas vezes assumida pela criança e que, com o crescimento e a maturidade desta, é extinta. Há casos em que ela se perpetua, fazendo parte do caráter do adulto com a maior naturalidade, e aí, sim, é preocupante.
Em situações escolares, muitas vezes a mentira é a tábua de salvação dos alunos com seus professores. Em casa, com os pais, não é diferente. Às vezes, para não realizarem as tarefas ou até mesmo para chamarem a atenção dos pais, as crianças usam de artifícios variados, inclusive a mentira.
Mal sabem elas que, na maioria das vezes, a testa denuncia a mentira e os olhos dizem com todas as letras: estou a mentir.
Creio que o mais importante é deixar claro às crianças e jovens que sabemos que estão mentindo e, sendo assim, eles estão-se a enganar a eles próprios.
Alardear o facto em nada ajuda.
Não podemos enfatizar a mentira, mas precisamos atacar o que moveu a criança a mentir.
Foi o medo da verdade? Foi uma forma de se proteger? Foi para agradar? Foi... para quê?
Sempre haverá uma boa justificativa, mas o principal é enfatizar que somente a verdade pode realmente nos ajudar a enfrentar qualquer situação, principalmente as constrangedoras e que, seja qual for a razão da mentira, ela foi uma péssima escolha, muitas vezes sem volta e com desdobramentos graves.
Penso que é da maior importância que a escola, além da família, trabalhe essa questão com seus alunos, enfatize esse princípio e seu verdadeiro valor, seja contundente ao reprimir a mentira e jamais aceite (por mais que aconteçam) as meias verdades. Dessa maneira, estará certamente amparando os pais que, de mãos dadas com a escola, devem combater o acto mentiroso, bem como a calúnia e a má língua.
Por sua vez, pais que aceitam as mentiras querendo entender que “não havia intenção de mentir” devem ficar alertas. Achar que é possível enganar as pessoas, acreditar que ninguém vai descobrir, omitir a verdade e mentir para levar vantagem é muito perigoso quando se trata de vidas que se relacionam e convivem diariamente.
A criança e o jovem precisam sentir que podem perder quando mentem. Perder a confiança das pessoas, perder o respeito dos amigos e familiares, perder a credibilidade diante de seus professores e colegas de classe.
Enfim, perder e perder-se.
A mente humana é muito criativa e, muitas vezes, alimentar uma mentira é acreditar nela. É crer no irreal. E isso não é saudável para ninguém.
Seja qual for o ponto de vista de nossas análises, a mentira é sempre malvista e, principalmente da perspectiva educativa, há que se combatê-la incansavelmente na escola, na família e em todos os segmentos a que tivermos acesso.
Encobrir mentiras dos filhos ou dos alunos com a intenção de poupá-los e protegê-los é tão danoso quanto mentir. É não acreditar que somente o caminho da verdade pode conduzir ao sucesso permanente e não efêmero.
jp

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Comentários:
Bom texto. Gostei de ler!

;))
 
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