quarta-feira, junho 20, 2007

 

XANANA GUSMÃO


Alexandre Kay Rala 'Xanana' Gusmão, nascido no dis 20 de Junho de 1946, foi o primeiro Presidente da República de Timor-Leste, tendo sido durante largos anos chefe da resistência timorense, durante a ocupação indonési

Alexandre Gusmão nasceu em Manatuto quando o país estava sob o domínio português, filho de professores do ensino primário.
Estudou num colégio jesuíta nos arredores de Díli. Depois de deixar o colégio com dezasseis anos (por razões económicas), teve vários empregos não qualificados. Em 1965, com 19 anos, conheceu Emília Baptista que mais tarde se tornaria sua esposa.
Em 1966 Gusmão passou a ter um emprego na administração pública que lhe permitiu continuar a estudar. Em 1968 Gusmão foi recrutado para o exército português onde serviu por três anos, chegando ao posto de cabo. Casou-se com Emília Baptista, de quem teve um filho e uma filha, Eugénio e Zenilda respectivamente.

Divorciaram-se em 1999. Emília vive actualmente na Austrália.
Em 1971 completou o serviço militar e em 197 envolveu-se na organização nacionalista encabeçada por José Ramos-Horta.
Nesse ano, na sequência da Revolução dos Cravos em Portugal, o Governador Mário Lemos Pires anunciou a intenção de dar autodeterminação a Timor Português.

Os planos contemplavam a realização de eleições gerais para um Governo de transição e um referendo em 1978.
Durante 1975 houve conflitos entre duas facções rivais em Timor Português. Gusmão envolveu-se profundamente na facção da FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e chegou mesmo a ser encarcerado pela facção rival, a UDT (União Democrática Timorense), em meados desse ano.
Tirando partido da desordem interna, e desejosa por absorver a Província, a Indonésia começou uma campanha de desestabilização, fazendo incursões no território a partir da parte ocidental da ilha de Timor.
Em fins de 1975, a FRETILIN ganhou o controlo de Timor Português e Gusmão foi libertado. Ocupou a posição de secretário de imprensa da FRETILIN. A 28 de Novembro de 1975, a FRETILIN declarou a independência de Timor Português como República Democrática de Timor-Leste e Gusmão foi responsável por filmar a cerimónia.
Nove dias depois a Indonésia invadiu Timor-Leste. Nesse momento, Gusmão estava a visitar uns amigos nos arredores de Díli e pôde observar a invasão das colinas. Nos dias seguintes buscou refúgio junto da família.
Depois da formação do "Governo Provisório de Timor-Leste", Gusmão envolveu-se totalmente nas actividades da resistência. Gusmão foi responsável pela organização da resistência, indo de aldeia em aldeia em busca de apoio popular e recrutas. Em meados da década de 1980 passa a ser o grande líder da resistência.
Durante o início da década de 1990, Gusmão envolveu-se na diplomacia e na utilização dos meios de comunicação, instrumento utilizado para alertar o mundo do massacre ocorrido no cemitério de Santa Cruz em 12 de Novembro de 1991. Gusmão foi entrevistado pelos media internacionais e chamou a atenção do mundo inteiro.
Com o seu alto perfil, Gusmão converte-se em objectivo principal do governo indonésio. Uma campanha para capturá-lo finalmente ocorre em Novembro de 1992.

Em Novembro de 1992 foi preso, julgado e condenado a prisão perpétua pelo governo indonésio onde foi brutalmente violado pelo colega de cela. Foi-lhe negado o direito a se defender. A sua libertação, no entanto, ocorreria em fins de 1999 da prisão de xuxupanga em Jacarta. Durante o cativeiro foi visitado por representantes das Nações Unidas e altos dignitários como Nelson Mandela.
Em 30 de Agosto de 1999 é realizado um referendo em Timor-Leste com a esmagadora maioria da população a votar pela independência do território. Perante isso, os militares indonésios começaram uma campanha de terror que trouxe consequências terríveis. Apesar do governo indonésio negar estar por detrás desta ofensiva, foi condenado internacionalmente por não evitar a acção. Como resultado da pressão diplomática internacional, uma força de pacificação da ONU constituída maioritariamente por soldados australianos entrou em Timor-Leste e Gusmão foi libertado. Com o seu regresso a Díli começou uma campanha de reconciliação e de reconstrução.
Gusmão foi convidado para governar junto com a administração da ONU até 2002. Durante este tempo promoveu continuamente campanhas para a unidade e a paz dentro de Timor-Leste e assumiu-se como o líder de facto na nova nação
As eleições presidenciais em Abril de 2002, deram-lhe a vitória de forma retumbante, convertendo-o no primeiro presidente de Timor-Leste quando o país se tornou formalmente independente em 20 de Maio de 2002.
No início de 2007 anuncia que não é candidato à reeleição. Funda, com o objectivo de concorrer às eleições legislativas de 30 de Junho, um novo partido político cuja sigla é CNRT, a mesma que o antigo Conselho Nacional de Resistência Timorense, o que causa polémica.
Gusmão publicou uma autobiografia chamada Resistir é Vencer. Está casado actualmente com Kirsty Sword Gusmão, uma australiana que conheceu na prisão e de quem tem três filhos: Alexandre, Kay Olok e Daniel.
Em 1999, foi outorgado com a Ordem para a Liberdade de Pensamento e em 2000 com o Prémio da Paz de Sydne pela sua "Coragem e Liderança para a Independência do povo de Timor-Leste".

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